DetalhesPublicado em Sexta, 14 Dezembro 2012 09:41 Escrito por BBC
Brasil
Diário do Comércio
Para lidar com esse
déficit, faculdades vêm criando cursos mais voltados para áreas específicas
(como petróleo) e institutos fazem parcerias como a fechada entre o Senai e o
MIT (Massachusetts Institute of Technology) para operar centros de inovação no
Brasil.
Mas não é apenas
neste setor que há falta de profissionais. Segundo um estudo feito pela
consultoria ManpowerGroup, 71% dos empregadores entrevistados no país dizem ter
dificuldade para preencher postos nas mais diversas áreas - de motoristas a
profissionais de tecnologia.
O dado fez com que
o país ocupasse o segundo lugar entre os 41 países analisados - atrás apenas do
Japão, onde 81% dos patrões sofrem mais para contratar, enquanto a média global
é de 34%.
"De acordo com
nossa pesquisa, a dificuldade de se preencher vagas no Brasil vem crescendo a
cada ano. Do ano passado para cá, houve um crescimento de 15% na dificuldade
relatada pelos empregadores em contratar", afirma Riccardo Barberis,
diretor da Manpower Group no Brasil.
Barberis ressalta
que a escassez se dá tanto na quantidade de profissionais como na qualidade
deles, no caso de vagas que exigem conhecimentos específicos, e atinge cargos
de nível superior e técnico.
Veja as 10 áreas no
topo do ranking da pesquisa "Escassez de Talentos", da ManpowerGroup,
e a opinião de especialistas sobre cada uma delas.
1º Técnicos
É no campo técnico
que os empregadores mais enfrentam dificuldade para encontrar profissionais. E
a escassez permeia todas as áreas técnicas, de automação a edificações, de
eletrônica a alimentos e bebidas.
Segundo Barberis,
no passado o curso técnico no Brasil era considerado um plano B, uma segunda
opção. E por isso o investimento na área foi prejudicado, sendo incapaz de
suprir a demanda atual. O que fazer? Já se sabe hoje que os cursos técnicos
oferecem uma oportunidade profissional mais rápida e, por isso, eles vem sendo
valorizados e ganhando investimentos. Os especialistas concordam que o Brasil
está caminhando na direção certa nesse setor.
"Mas diante da
carência estrutural do mercado brasileiro, é preciso investir mais nessas
políticas", afirma Barberis, citando o exemplo da Alemanha, que investe
pesado em escola técnicas e é hoje um dos países na zona do euro com menor taxa
de desemprego
2º Trabalhadores de ofício manual
Entram nessa
categoria trabalhadores com uma habilidade específica ou autônomos
especializados em um ofício, como costureiras, passadeiras, sapateiros,
eletricistas, pintores, encanadores e pedreiros.
A escassez no
Brasil segue uma tendência global, já que na média mundial a falta de
profissionais nessa área é a primeira do ranking. O que fazer? Como para muitas
dessas profissões não são necessários cursos mais longos, de dois anos, basta
um treinamento, trata-se, portanto, de um desafio menos complexo. Segundo
Barberis, uma das saídas é conectar melhor jovens sem experiência, mas que
querem trabalhar, por meio, por exemplo, de parcerias entre a iniciativa
privada e o setor público.
3º Engenheiros
Uma pesquisa da
consultoria PageGroup ilustra bem essa escassez. De mil oportunidades de
emprego analisadas, 38% eram na área de engenharia. Boom na economia, a
descoberta do pré-sal e megaeventos esportivos vêm alavancando o setor.
Para Marcelo De
Lucca, diretor da PageGroup, faltou planejamento por parte do governo e das
instituições de ensino. Ele cita ainda algumas das áreas da engenharia em que
as faculdades voltaram a investir, como geologia, um setor que estava estagnado
e que agora voltou a crescer.
O que fazer? De
Lucca diz acreditar que as faculdades agora estão correndo para se atualizar e
reverter esse cenário de falta de profissionais.
"As
universidade começaram a se reposicionar em relação à demanda do mercado de
trabalho", afirma. "Mas isso leva tempo para dar resultado, já que
esses jovens vão se formar apenas em quatro ou cinco anos."
4º Motoristas
Faltam
profissionais voltados para o setor de transporte de cargas, ou seja,
motoristas de caminhão.
De acordo com a
ManpowerGroup, isso se deve a mudanças no setor, como o fato de as transportadoras
exigirem experiência e capacidade de conduzir caminhões cada vez mais modernos,
com tecnologia avançada. Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT) afirmam que o número de veículos de carga registrados junto ao órgão é
2,5 vezes maior que o de profissionais inscritos.
O que fazer? No
caso de caminhões mais modernos, fornecer mais treinamento.
5º Operadores de produção
O problema é
semelhante ao caso dos profissionais de ofício manual, mas esses funcionários
têm atuação mais técnica e trabalham na indústria. De acordo com especialistas,
o crescimento da demanda não acompanhou o ritmo de formação e treinamento
desses trabalhadores.
O que fazer?
Segundo especialistas, são necessários cursos mais conectados com a necessidade
das empresas. Outra sugestão citada é facilitar o modo como se recruta
funcionários, divulgando a vaga em ambientes - reais ou online - frenquentados
por jovens.
6º e 7º Profissionais de finanças e Representantes de vendas
Consultores da área
de recursos humanos afirmam que empregadores têm sofrido uma dificuldade
crescente para encontrar profissionais que atendam ao novo perfil da profissão.
De acordo com os
especialistas, quem vende hoje precisa ter um conhecimento mais aprofundado,
com mais habilidades na área de finanças e sistemas de comunicação em outros
países, além de capacidade de pensar em soluções e gerir equipes.
O que fazer? Como a
atividade está agora muito mais sofisticada, é preciso atualizar os cursos e
focar nas áreas citadas acima.
Para reter talentos,
Gilberto Cavicchioli, professor do Núcleo de Estudos e Negócios em
Desenvolvimento de Pessoas da ESPM, afirma que são necessários benefícios
diferentes do que se oferecia no passado.
8º Profissionais de TI
A escassez diz
respeito a área de tecnologia em geral, seja dentro de empresas do setor ou em
companhias que nada têm a ver com tecnologia especificamente.
A demanda em TI
explodiu tanto em empresas de desenvolvimento de software como em bancos e
companhias de telefonia celular, por exemplo, onde se cuida de gestão dos
computadores e áreas de sistemas internos. O que fazer? "As faculdades,
como as de TI, precisam de mudanças mais radicais", afirma Barberis.
"O programa Ciência sem Fronteiras é positivo porque têm uma visão mais
global, olhando de forma mais ampla. Mas as iniciativas ainda são
restritas."
9. Operários
Os especialistas
avaliam que faltam profissionais em diversos setores da indústria brasileira e
dizem que a escassez foi gerada pelo aumento da demanda, que tem sido enorme
nos últimos anos.
São inúmeras obras
por todas grandes capitais e, como os prazos são escassos, não há tempo hábil
para se dar oportunidade a quem não tem experiência, de acordo com a
ManpowerGroup.
Há também carreiras
mais atraentes, e a possibilidade de cursos técnicos acaba afetando a
quantidade necessária de trabalhadores no setor. O que fazer? Novamente, a
chave é sintonizar melhor as necessidades das indústrias e trabalhadores que
buscam emprego.
10º Mecânicos
A profissão vive um
cenário que mescla a situação do setor de ofícios manuais e a de motoristas,
com profissionais com uma habilidade específica, mas que precisa se atualizar.
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/12/conheca-10-areas-em-que-faltam-profissionais-no-brasil.html
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/12/conheca-10-areas-em-que-faltam-profissionais-no-brasil.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário